Pedro Alvito
Professor de Política de Empresa da AESE Business School e Diretor do Programa “Construir o Futuro nas Empresas Familiares”
Escrevi num artigo anterior que perante a crise que na altura vivíamos era muito importante para as empresas como um todo, mas particularmente para as empresas familiares: planear, inovar, adaptar, investir, decidir e comunicar.
Ao relê-lo, nada me pareceu mais atual do que aquilo que eu definiria pela “normalidade de viver em crise”. De facto, quase nem me lembro a que crise me referia porque nos últimos tempos, anos e até séculos temos vivido sempre em crise. Nos últimos anos foi a crise da Banca e dos bancos, a crise da dívida, a crise das várias guerras, a crise do terrorismo, a crise da pandemia, a crise do Brexit enfim só para citar apenas algumas e para não ser exaustivo. Como é que é possível “aguentar” tanta crise. Este fenómeno de viver em crise permanente levanta uma questão importante. O que fazem as empresas para conseguir sobreviver? Será que existe algum mecanismo criado que tenha ajudado a essa sobrevivência? O que fez que algumas conseguissem e outras não?
De volta ao meu artigo de então apercebi-me de que a chave sempre usada se resume a essas seis atitudes de gestão que se postas corretamente e consistentemente em prática conduzem inevitavelmente ao sucesso.
Passo a analisar cada um desses pontos:
Planear é talvez o mais desafiante de todos porque por definição é pensar, criar e implementar um conjunto de decisões presentes que conduzam a um futuro desejado. E para isso é preciso, como é obvio desejar algo para o futuro que seja alcançável. Neste ponto as empresas familiares ganham aos pontos porque não andam ao sabor de uma gestão do presente, mas procuram sempre a preservação do património para as gerações vindouras. Saber o que queremos para a empresa, conhecer aquilo que nos torna melhores que os outros é a base de qualquer planeamento. Por isso o futuro não é a mera continuação do presente, mas deve ser sempre a construção de algo que se pretende atingir.
Inovar é crucial. Fazer o que sempre se fez é o maior erro em que se pode cair. A mudança do mundo atual implica inovação nos processos, nas técnicas, e na gestão. Mas tem de ser uma inovação por antecipação e como tal atenta e interpretativa da realidade que cerca a empresa. Inovar ao sabor dos outros não é inovar é copiar. Mudar doi, mas não mudar mata.
Adaptar deriva da capacidade em perceber que a rapidez da mudança exige que se esteja permanentemente atento à nossa trajetória para que a possamos corrigir. Não se trata de estar constantemente a alterar onde queremos chegar, mas sim perceber os desvios e corrigir o caminho. Isto exige atenção e humildade, atenção para ver o desvio e humildade para corrigir o caminho.
Investir é ter a coragem de arriscar. É saber que para chegar ao destino importa colocar capital de forma ponderada, realista e certeira. Sem investimento não há caminho nem há futuro.
Decidir é preciso! Em todos os momentos. O ato de não decidir é em si mesmo uma decisão. Cada não decisão significa ficar mais distante do objetivo, mais longe do caminho e com menos meios de o alcançar. E decidir é um ato do hoje e do agora. Cada momento implica uma decisão e cada decisão cria o seu momento.
Comunicar, comunicar e comunicar. Para dentro e para fora, com colaboradores, parceiros, clientes e fornecedores. E comunicar com a família. A união faz a força e a mesma só se consegue se todos estiverem sintonizados com todos os pontos atrás referidos. Nunca é demais comunicar e quanto melhor se fizer mais resultados se vão obter. Mas convém não esquecer que comunicar não é um monólogo, é saber ouvir todos os outros especialmente aqueles que não dizem o mesmo que nós para que possamos entender e gerir a diferença.
Todos estes pontos são garantia de um melhor amanhã para as nossas empresas porque garantem uma atitude de força face às crises, mas para que o sucesso aconteça e para que a crise não nos leve o futuro é bem verdade que se “é para amanhã, bem podias fazer hoje”.
Inclusão & Diversidade
Alexandra Reis
Professora de Operações da AESE Business School
Presidente Executiva da NAV Portugal
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