AESE insight #84 > Thinking ahead
Quais são as principais tendências a considerar no âmbito da Direção Geral
Adrián Caldart
Presidente do Conselho Académico, Responsável Académico de Política de Empresa da AESE Business School e Professor e Diretor do Executive MBA,do IESE Business School
Entre as principais tendências que será importante seguir durante 2023, destaco as seguintes:
A inflação terá um impacto maior que em 2022 na economia das empresas. Durante 2022 muitos setores conseguiram manter níveis de atividade elevados devido ao forte consumo ligado às poupanças acumuladas durante a pandemia. No entanto, em 2023 espera-se que a conjunção de inflação com o consequente endurecimento da política monetária crie uma queda da procura e uma redução das margens em muitas indústrias. Esta tendência reforça-se pelo facto de que os incrementos salariais não acompanharam o incremento da inflação, motivando uma queda dos salários reais em Portugal e Espanha. Os setores dedicados aos produtos de consumo duráveis vão notar especialmente esta dinâmica.
A disponibilidade de matérias-primas na Europa não está assegurada. A persistência da política de COVID zero na China, origem do 28% da produção industrial global, acrescida da situação criada a partir da guerra na Ucrânia nos setores energético e alimentar, levaram a Europa a uma situação de escassez de matérias-primas que há pouco tempo parecia impensável. Solucionar esta questão em 2023 dependerá da evolução destas duas situações e da capacidade da Europa de “mudar de chip” e procurar soluçōes imaginativas. Por exemplo, a abertura a importar alimentos dos Estados Unidos e a América Latina, hoje bloqueada por motivos proteccionistas, poderia constituir um modo de aliviar os problemas de fornecimentos à cadeia alimentar. A presidência Espanhola da UE poderia ser um fator dinamizador desta realidade, reforçado pela subida ao poder no Brasil do presidente Lula.
O Planeamento torna-se muito difícil. Muitas empresas expressam que a conjuntura descrita acima “não permite ter visibilidade” suficiente para preparar planos para além do primeiro semestre de 2023. Consultoras especializadas em ajudar empresas a formular as suas estratégias referem que atualmente estão a receber pedidos de ajuda focados em melhorar a gestão táctica e a gestão numa economia inflacionária, uma situação desconhecida para quase todos os gestores europeus.
Parece-se consolidar a visão de um mundo “multiregional”. O fracasso das cadeias de valor durante a crise originada pela pandemia e a sua continuidade associada à guerra, a política da China face ao COVID, e a crescente rivalidade entre este país e os Estados Unidos levará a um progressivo incremento da ponderação do critério “resiliência” perante o critério “custo” na configuração das cadeias de valor. Dirigimo-nos provavelmente em direção a um mundo multiregional e bipolar no qual os investimentos serão redirigidos durante os próximos anos.
A sustentabilidade como prioridade estratégica. A atual crise levou a algum nível de reflexão referido ao trade-off entre a agenda ligada à sustentabilidade e as necessidades económicas. Achamos que, embora seja verdade que a migração para uma economia mais sustentável tem custos que são mais difíceis de assumir numa conjuntura de recessão, em termos gerais as empresas vão continuar com os seus esforços para colocar a sustentabilidade no centro da estratégia.
Quais são as principais tendências para 2023, no âmbito das Operações, tecnologia e Inovação?
Jorge Ribeirinho Machado
Professor e Responsável Académico da Área de Operações, Tecnologia e Inovação da AESE Business School
Agostinho Abrunhosa
Diretor do Executive MBA e Professor da Área de Operações, Tecnologia e Inovação da AESE Business School
O AESE Insight pediu-me para preparar um texto com as tendências de Marketing para 2023.
Ramiro Martins
Responsável Académico e Professor de Política Comercial e Marketing da AESE Business School
Na área das “Pessoas”, há algumas tendências principais que podem ajudar-nos a decifrar o presente e preparar o futuro
Eduardo Pereira
Professor de Fator Humano na Organização e Responsável do Coaching da AESE Business School