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Estatísticas, Saúde e Vida Humana em tempos de pandemia

27/04/2020, Lisboa

Miguel Rodrigues, Paulo Espiga e Cristina Mesquita foram os convidados da AESE para debater os desafios “Estatísticas, Saúde e Vida Humana em tempos de pandemia”, na sessão de Thought Leadership MBA, realizada a 27 de abril.


A sessão online versou sobre a capacidade de gestão dos avultados dados quantitativos divulgados nesta época de pandemia e de como interpretá-los de forma útil e eficiente. Os oradores, Alumni do Executive MBA AESE e especialistas em áreas distintas do saber, contribuíram para a mesa redonda moderada pelo Prof. André Vilares Morgado. Por um lado, Miguel Rodrigues, Director de IT da Cloud Devops, aportou à discussão a sua visão de gestor de Sistemas de Informação; por outro, Paulo Espiga, Vogal Executivo do Conselho de Administração do Centro Hospitalar Universitário de Lisboa Central, e Cristina Mesquita, Director of Clinical Operations Design and Control do Grupo Luz Saúde, acrescentaram as suas perspetivas, enquanto representantes da área sanitária, do setor público e privado.



Estatísticas e a Vida Humana em tempo de pandemia
Miguel Rodrigues começou por definir que uma pandemia é uma epedemia ou doença que se manifesta em todo o mundo, “afetando um número considerável de pessoas”. E estatística é “a disciplina que atenta à recolha, organização, análise, interpretação e apresentação de dados.” Segundo a OMS existem 2 pandemias vigentes mundialmente: a SIDA, muito concentrada no sul de África e o Covid-19, com maior incidência na Europa e nos EUA. Desde 1990, estão contabilizados 32 000 000 de mortos com SIDA e, em 5 meses, o Covid-19 já dizimou 75.762 pessoas.

Miguel Rodrigues apresentou a evolução de várias variáveis de análise para comprovar que ao longo nas últimas 3 décadas, o que mudou substancialmente foi o tratamento estatístico dos dados, devido à internet e à acessibilidade da informação, de forma universal, móvel e rápida. As redes sociais são um exemplo da transformação vivida, que nos permitem criar imagens instantâneas e interativas. O que antes demorava meses a laborar, hoje produz-se em dias ou horas.


Em 12 semanas o plano de medidas contingência do Covid-19 alastrou-se a todo o mundo. Apesar de existirem cerca de 3 entidades prestigiadas de recolha universal de dados, estas apresentam discrepâncias significativas, ficando a diferença dos valores a dever-se ao facto da interpretação ser cada vez mais particular, privada ou direcionada para um determinado target de audiência ou de media. A informação contextual é determinante para analisar com rigor a informação e antecipar as tendências no futuro. Miguel Rodrigues mostrou alguns cenários possíveis com cenários a 3, 6 e 16 semanas, com base num cáculo de médias móveis.



A estatística no processo de decisão
“Nunca existiu uma pandemia em que tivessemos tanta informação disponível.” Posto isto, “o que é útil para nós e para a comunidade?” Perante “uma overdose de informação”, Paulo Espiga demonstrou ser necessário perceber o nível de “literacia estatística”, a fim de “evitar conclusões precipitadas”. “É necessário garantir a coerência e a estabilidade na informação.”


No atendimento no Centro Hospitalar Universitário de Lisboa Central, Paulo Espiga reconheceu que “estamos num contexto de uma enorme incerteza”, tendo que “ir calibrando a decisão para tomar as melhores opções em cada momento.”
Desde o surgimento da pandemia, mantiveram o foco em 3 linhas estratégicas de valorização das pessoas, de melhoria do desempenho e da preparação para o novo hospital. Paulo Espiga referiu a preocupação com o processo de adaptação, considerando a gestão: da estratégia, de equipas, das próprias estruturas, dos equipamentos e materiais e da atividade hospitalar. Alertou também para os riscos sentidos e da importância da comunicação organizacional, do planeamento e da flexibilidade.



Tomada de decisões com base em pouca ou nenhuma evidência


Cristina Mesquita explicou a capacidade de organização e de logística que o Grupo Luz Saúde revelou ao suprir as necessidades sentidas a nível dos materiais e dos equipamentos, e da vantagem de poder contar com um accionista como a empresa chinesa Fosun. “Pela primeira vez senti o desconforto de ter tomar decisões sem informação prévia. O que temos são números”, “estudos de caso muito superficiais de cada país, que não nos ajudam em nada à tomada de decisão, face àquilo que é o problema de ter que diagnosticar e tratar doentes de Covid.”


Cristina Mesquita alertou para a questão de não se poder estabelecer uma comparação direta entre taxas de testagem entre países com práticas distintas.“Neste momento, estamos a tomar as melhores decisões na ausência de informação”, visto que não dispõem de informação que lhe permita tomar medidas justificadas na evidência.


A Alumna do Executive MBA referiu que a pandemia covídica caracteriza-se por afetar a economia real, com impacto para as empresas e para os agregados familiares. É possível que haja dados financeiros que nos permita prever cenários futuros mais verosímeis.


Cristina Mesquita concluiu a sua intervenção salvaguardando que a vida humana mudou significativamente. A alteração de hábitos e a preocupação com aspetos diferentes marcam uma nova forma de estar, que trará novas práticas de e-health e telemedicina. 


Regista-se ainda um reconhecimento dos profissionais de saúde mais valorizado quando comparado com o registado há um ano atrás. 


O Thought Leadership MBA terminou com um debate estendido aos participantes que interagiram com s convidados na exploração do tema apresentado.

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