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O segredo de se ajustar, sem perder nunca a essência pelo caminho
18/09/2024
Patrícia Rapazote gosta de dizer que é “como uma salada de frutas, porque não sou de todo uma pessoa que caiba nos estereótipos mais comuns, nem em termos profissionais, nem em termos familiares. Sou como a exceção dentro das regras e acho que isso é uma grande parte daquilo que em mim cativa os outros. Sou uma pessoa alegre e tento levar os meus dias com bastante positividade. Sou casada e mãe de duas meninas e preciso da minha família (da nuclear e da alargada) para me sentir bem”.
Mulher, Mãe, Política e Farmacêutica, a atual Presidente da Junta de Freguesia de Ramalde, foi a convidada para o AESE Women Leader’s Forum, no Porto, no dia 18 de setembro de 2024.
“Com a certeza de que cada caminho é único e irrepetível”, Teresa Ayres Pereira, explicou o porquê do convite da AESE a Patrícia Rapazote: “falámos de um percurso da Bioquímica e Farmácia, à política, da importância das lições que se aprendem ao errar, da família e das suas linguagens tão próprias e do equilíbrio entre os papéis de mãe, mulher e profissional.”
“A carreira política surgiu completamente por acaso.” Iniciou-a “na JP no Porto. Em 2001, o Miguel Barbosa desafiou-me para um lugar “não elegível” que acabou por se tornar num lugar de deputada, depois de membro da assembleia, primeira secretária e presidente da assembleia de Freguesia de Ramalde. Fui adjunta do Rui Moreira, durante um ano, na Câmara do Porto, e foi ele quem me convidou e desafiou para presidente de Junta da Freguesia de Ramalde.”
As bases de sustentação para um equilíbrio feliz
Integrar a vida profissional, pessoal e familiar “é um desafio contínuo”, para a oradora. “É sempre um equilíbrio: mãe, mulher, trabalhadora. Sempre com a sensação de que quando estamos a conseguir cumprir num papel, num dos outros estamos a falhar. Em todas as famílias e casamentos há linguagens próprias e únicas. No mundo profissional, cada papel que desempenhamos tem também uma linguagem que é sua. Acredito que o segredo está em sabermos ajustar e ajustar-nos a estas linguagens diferentes, sem perdermos nunca a nossa essência, que é no fundo quem somos, pelo caminho. Também ajuda muito ter apoio em quem se confie na retaguarda, os nossos “anjos da guarda”, seja na forma da minha mãe (que sempre foi e é, o meu pilar) ou de quem me apoia diretamente em casa e no trabalho.”
A fina arte de “ter lata”, gerir “erros” e lidar com o “Não”
Quando se pergunta sobre a pessoa que a inspira nos momentos de tomada das maiores decisões, Patrícia Rapazote não hesita: “Sempre Nossa Senhora. É sempre a ela que recorro em momentos de aflição!”.
Olhando em retrospetiva, a convidada do AESE WLF considera que, teria feito toda a diferença, como mulher líder que se tornou, “que as pessoas que me foram rodeando tivessem partilhado mais comigo os seus erros e insucessos. A arte de esconder os erros nunca é benéfica para quem vem depois de nós. Também gostava de ter percebido mais cedo que o “não” é sempre garantido e que ter “lata” ou a “boa arte da persistência” nos podem levar muito longe”.
Numa conversa à margem do evento, Patrícia Rapazote revela: “ainda que me sinta um pouco outsider, porque este é apenas o meu terceiro almoço AESE WLF, sinto que há um espírito de ajuda e sinergia que é muito bom. As pessoas estão desinteressadamente ligadas umas às outras e fala-se sem filtros de temas atuais e interessantes. Acho que é uma ótima cola aglomeradora”.
O próximo encontro do AESE Women Leaders Forum está previsto para o mês de novembro.