O Industrial Excellence Award define desde 1995 o que é, na Europa, uma empresa operacionalmente excelente, avaliando a Qualidade da Gestão para a competitividade europeia nos setores industrial e de serviços, ie, como as organizações alinham atividades distribuídas e conhecimento para alcançar objetivos estratégicos comuns.
O Prémio foi lançado na Alemanha e na França em 1995, e ao longo dos anos o alcance geográfico tem vindo a crescer, tendo agora presença em 14 países. Ao mesmo tempo, o que significa “Excelência Industrial” também tem evoluído (ver Figura 1): a competição, ao início, estava focada no Lean Management, depois acrescentou-se a integração da supply chain e a integração Operações-Pessoas, e nos últimos anos tem-se focado na implementação da estratégia de transformação digital; a edição que foi lançada no dia 1 de outubro de 2024 também aborda a resiliência da supply chain e a estratégia de sustentabilidade.
De facto, à medida que as empresas competem na criação de valor superior para clientes individuais ou segmentos de clientes por meio de processos digitalmente aprimorados apoiados por análise de dados, ficam mais adaptativas, ágeis e alinhadas. As interrupções na supply chain e uso dos recursos limitados tomam agora mais importância, e por isso uma empresa excelente é aquela que consegue tudo o que se pede anteriormente acrescida de resiliência e sustentabilidade – e que dê bons resultados financeiros, naturalmente!
Tendo isto em conta, o que define atualmente uma empresa excelente são quatro características: resiliência, sustentabilidade, inovação e qualidade de gestão.
A resiliência organizacional é crucial para uma empresa ser considerada excelente. Isso envolve a capacidade de se adaptar rapidamente a mudanças, ajustando suas operações e estratégias em resposta a mudanças no mercado, novas regulamentações ou crises inesperadas. Além disso, a habilidade de se recuperar rapidamente de eventos adversos, como desastres naturais, crises económicas ou interrupções na cadeia de suprimentos, é um indicador chave de resiliência.
A sustentabilidade é outro pilar fundamental. Empresas excelentes demonstram práticas ambientais responsáveis, implementando processos que minimizem o impacto ambiental, como a redução de emissões de carbono, gestão eficiente de resíduos e uso de energia renovável. Também se envolvem em iniciativas que beneficiem a comunidade e promovam a equidade social, como programas de diversidade e inclusão, e apoio a causas sociais.
A inovação é essencial para manter a competitividade e eficiência. Empresas inovadoras adotam novas tecnologias, utilizando tecnologias emergentes, como inteligência artificial, automação e análise de dados, para otimizar operações e melhorar a tomada de decisões. Além disso, investem em pesquisa e desenvolvimento para criar soluções que atendam melhor às necessidades dos clientes e abram novos mercados.
A qualidade de gestão é um indicador de liderança forte e estratégias bem definidas. Empresas com alta qualidade de gestão têm líderes visionários que inspiram e motivam suas equipas, promovendo uma cultura de excelência e inovação. Além disso, possuem planos estratégicos bem definidos que alinham os objetivos da empresa com suas operações diárias, garantindo a execução eficiente e o alcance de metas a longo prazo.
Por último, parece-me evidente que as empresas excelentes que existem em Portugal devem concorrer. Participar no Industrial Excellence Award não só oferece a oportunidade de reconhecimento, mas também permite que as empresas comparem as suas práticas contra as melhores do setor, promovendo uma cultura de melhoria contínua.
Além disso, dado que os vencedores do Prémio foram sempre grandes empresas (a Pfizer foi a última vencedora), os organizadores do IEA – entre os quais se encontram as escolas de negócios INSEAD, WHU, Judge (Cambridge), AESE e IESE – decidiram que a excelência operacional das PMEs merece ser reconhecida, e por isso neste ano criaram a segunda categoria, IEA para PMEs.
1 https://industrial-excellence-award.eu/
Figura 1