Nos últimos três anos, o contexto energético europeu passou por uma transformação significativa, impulsionada por crises geopolíticas, como a guerra na Ucrânia, e pelo aumento da urgência climática. A dependência histórica da Europa em relação ao gás natural russo revelou-se uma vulnerabilidade crítica, forçando a diversificação de fornecedores e a aceleração da implementação de fontes renováveis e nucleares. Esse movimento também destacou os desafios associados ao protecionismo e à fragmentação geopolítica, que encarecem as cadeias de abastecimento e estão a atrasar a transição energética. Apesar do crescimento recorde de instalações solares e avanços no armazenamento por baterias, a volatilidade dos preços de energia e os atrasos regulatórios continuam a dificultar o progresso.
Premissas anteriores, como a estabilidade de preços em mercados interconectados e a viabilidade de uma transição gradual, foram refutadas pelos eventos recentes. A crise energética de 2022 mostrou que os sistemas existentes não eram resilientes o suficiente para lidar com choques extremos de oferta, enquanto mudanças climáticas e procuras crescentes por soluções de eletrificação evidenciaram a necessidade de intervenções mais rápidas. Além disso, tecnologias essenciais para a descarbonização de setores de difícil eletrificação, como hidrogênio e captura de carbono, têm encontrado múltiplas barreiras dada a sua baixa competitividade económica, necessitando de uma reflexão pragmática sobre se serão o caminho a seguir.
Para garantir o sucesso da transição, a Europa precisará implementar políticas robustas, como preços eficazes para o carbono e incentivos diretos às energias limpas. A eletrificação do transporte e dos edifícios deve ser acelerada, enquanto investimentos em redes inteligentes e armazenamento energético são cruciais para integrar fontes intermitentes e enfrentar eventos climáticos extremos. Embora avanços tenham sido feitos, como a previsão de pico de emissões em 2024, o ritmo atual não é suficiente para atingir as metas do Acordo de Paris. A cooperação regional, combinada com inovação tecnológica e resiliência das cadeias de abastecimento, será essencial para superar os desafios estruturais, económicos e geopolíticos que ainda ameaçam cada vez mais o futuro energético e por consequência a competitividade.
Orador
Pedro Vasconcelos, Membros do Conselho de Administração da EDP
Preços e Local
Preços:
Membros do Agrupamento de Alumni da AESE com quota paga | Gratuito, com direito a trazer um convidado
Alumni AESE | 40 €
N.º limitado de participantes presenciais.
Inscrições aceites por ordem de chegada.
Local: AESE Business School
Calçada Palma Baixo, 12, 1600-177 Lisboa
Data
30 de janeiro de 2025
Presencial e online
Das 18:00 às 19:30
Data limite de inscrição
28 de janeiro de 2025
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