Vivemos hoje tempos decisivos para o futuro do planeta e da humanidade. Estamos num momento particularmente crítico para a transição energética, tendo sido 2024 o ano mais quente de sempre, com record de emissões de CO₂ e com desastres naturais sem precedentes, sendo por isso fundamental aumentar o esforço a todos os níveis para manter vivos os objetivos do Acordo de Paris.
Nos últimos três anos, o contexto energético global passou por uma transformação significativa, impulsionada por crises geopolíticas, como a guerra na Ucrânia, e por circunstâncias que têm trazido desafios acrescidos à transição energética, como a inflação e as taxas de juro. Na Europa, a sua dependência histórica em relação ao gás natural russo revelou-se uma vulnerabilidade crítica, forçando a diversificação de fornecedores e a aceleração da implementação de fontes renováveis e nucleares. Esse movimento também destacou os desafios associados ao protecionismo e à fragmentação geopolítica, que encarecem as cadeias de abastecimento e estão a atrasar a transição energética. Apesar do crescimento recorde de instalações de renováveis e avanços no armazenamento por baterias, a volatilidade dos preços de energia (em particular devido à volatilidade dos preços de gás) e os atrasos regulatórios continuam a dificultar o progresso e tem-se assistido ao aparecimento de uma narrativa – infundada e algo sensacionalista – de sentimento negativo face à transição e às renováveis, não reconhecendo assim os incontáveis benefícios das mesmas.
A transição energética representa para a Europa não só uma necessidade do ponto de vista de independência energética, mas também um caminho para a competitividade económica cuja solução passa pelas renováveis, onde tem perdido terreno de forma significativa. Neste contexto, a Península Ibérica tem demonstrado o seu papel crucial, e é um exemplo de como as renováveis podem impulsionar a competitividade europeia (estabilidade de preços durante a crise é um exemplo claro). Com recursos naturais abundantes — sol, vento e água — e apoiada por uma vasta experiência técnica, a Ibéria está numa posição única para fornecer energia acessível e limpa. Esta liderança não só apoia a descarbonização da indústria, como também atrai eletrointensivos, como centros de dados, que procuram soluções energéticas rentáveis e sustentáveis. No entanto, a Ibéria deve também competir em pé de igualdade com a França e a Alemanha, abordando fatores de competitividade mais amplos, como os mecanismos de compensação de CO₂.
Ao todo, para garantir o sucesso da transição na Ibéria e na Europa, é necessário implementar políticas robustas, como preços eficazes para o carbono e incentivos diretos às energias limpas (por exemplo, com os chamados CFDs), e assegurar que a política fiscal acompanha a política energética – só assim se vão sentir verdadeiramente os benefícios. Finalmente, a cooperação regional, combinada com inovação tecnológica e resiliência das cadeias de abastecimento, será essencial para superar os desafios estruturais, económicos e geopolíticos que ainda ameaçam cada vez mais o futuro energético e por consequência a competitividade.
Professor e oradores
Pedro Vasconcelos, Membro do Conselho de Administração da EDP
Ana Luís de Sousa, Associação Portuguesa da Energia (APE)
Francisco Vieira, Diretor do Programa AMEG | Advanced Management in Energy
Local
AESE Business School
Calçada Palma Baixo, 12, 1600-177 Lisboa
Preços
Membros do Agrupamento de Alumni da AESE com quota paga | Gratuito, com direito a trazer um convidado
Associados da APE – Associação Portuguesa da Energia | Gratuito
Alumni AESE | 40 €
N.º limitado de participantes presenciais.
Inscrições aceites por ordem de chegada.
Data
13 de março de 2025
Presencial e Online
Das 18:00 às 19:30
Data limite de inscrição
11 de março de 2025
Ficha de inscrição
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Contactos
Marta Junça
martajunca@aese.pt
Tlf (+351) 217 221 530