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Aumentar a venda de frutas, legumes e flores portugueses nos mercados internacionais
20/01/2022, Lisboa
A Portugal Fresh organizou na AESE um evento sobre o Projeto de Internacionalização para 2022 e 2023, no dia 20 de janeiro de 2022. A este propósito, Gonçalo Santos Andrade, Presidente da Portugal Fresh, Diretor do GAIN – Programa de Direção de Empresas Agrícolas e Agroindustriais e Alumnus da AESE da 1.ª edição, respondeu a uma entrevista à margem do encontro.
Quais são as principais diretrizes do “Projeto conjunto de Internacionalização para 2022/23” da Portugal Fresh?
GSA: “O Projeto de Internacionalização 2022/2023 da Portugal Fresh tem como objetivo promover as frutas, legumes e flores nos mercados internacionais, através de uma estratégia conjunta. O valor das exportações do sector duplicou de 780 milhões de euros em 2010, para 1.683 milhões de euros em 2020 e, hoje, exportamos mais de metade do valor da produção. Até 2030 estimamos atingir 2500 milhões de euros de exportações, o que significa um aumento de mais de 48% numa década. Estes resultados só são possíveis graças ao esforço conjunto das empresas e da sua contínua aposta em inovação e promoção.
Durante os próximos 18 meses, a Portugal Fresh irá focar a sua estratégia na presença das empresas associadas em eventos internacionais como a Fruit Logistica, em Berlim, a Asia Fruit Logistica ou a Fresh Produce India. Além disso, e tendo em mente as geografias alvo deste projeto, temos previstas missões empresariais a países nórdicos e bálticos. Criámos um Observatório de Preços, uma ferramenta útil para as empresas que pretendem exportar e apostámos na comunicação.”
Quais os principais desafios que as empresas do setor enfrentam no campo da internacionalização?
GSA: “Ter escala é fundamental para entrar em novos mercados e, por isso, a promoção conjunta debaixo da marca Portugal Fresh é um fator de enorme diferenciação. A união de esforços e sinergias permite-nos projetar o país enquanto produtor de referência de frutas, legumes e flores e chegar a parcerias de exportação, como a que temos com o Lidl. É com uma estratégia conjunta de promoção que ganhamos força negocial.
Neste contexto de pandemia é fundamental o regresso aos eventos presenciais. As ações de prospeção de mercado, onde conseguimos verificar as tendências de mercado, os hábitos de consumo, a evolução do tipo de oferta são muito difíceis de transpor para o digital. Voltar presencialmente aos mercados asiáticos, principalmente à India e à China, é a garantia de verificarmos a evolução destes últimos 24 meses e garantir que nestes próximos oito anos daremos os passos corretos nestas geografias.
Nos mercados de maior proximidade houve uma grande evolução da importância do mercado alemão nos últimos sete anos, passando de nono para quatro mercado mais importante, necessitando de um acompanhamento estreito por parte das empresas. Por outro lado, o Reino Unido, que nestes últimos quatro anos passou de terceiro para quinto, também carece de uma atenção especial.”
Como pode a formação dos dirigentes e executivos contribuir para o crescimento e para a competitividade do setor?
GSA: “A formação dos dirigentes e executivos é um fator primordial para o crescimento das nossas empresas e da competitividade do setor. Não se esgota apenas no percurso académico normal, antes, reforça-se com iniciativas de qualificação ao longo da vida. Estar a par das contantes evoluções do mercado, do comportamento dos consumidores em todo o mundo, dos processos de inovação e casos de sucesso é fundamental para tomar decisões fundamentadas.”