“Se não te derem um lugar na mesa vai buscar uma cadeira e senta-te” - AESE Business School - Formação de Executivos

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Se não te derem um lugar na mesa vai buscar uma cadeira e senta-te

28/03/2022

“Ser empresário em Portugal é um ato de heroísmo.” E o desafio cresce em complexidade quando vivido no feminino. Sara do Ó, empreendedora, mulher, mãe e crente partilhou a experiência acumulada ao longo do caminho feito com pessoas e para as pessoas. A conferência realizou-se a 28 de março, no âmbito do AESE Women Leader’s Forum, um encontro de dirigentes e executivas, Alumnae da AESE.

“Hiperativa e dona de uma mente inquieta”, Sara encerra em si uma adrenalina em busca de equilíbrio, uma vontade de “fazer coisas” com foco permanente na melhoria, e a conciliação com os seus momentos de solidão, paragem e reflexão que adora. É, pois, no equilíbrio que se define. Lidera com amor como critério de decisão, já que para si “um bom profissional tem de ser um bom ser humano”. Reconhece, contudo, que esta postura pode gerar muita polémica no contexto corporativo.






Sara, a empreendedora
“Empreender é vontade e chamamento de fazer acontecer, noutra empresa ou dentro daquela em que trabalhamos.”

Ao fim de 1,5 ano a trabalhar por conta de outrem na KPMG, Sara do Ó colocou todo o seu empenho numa ideia que viu como uma oportunidade para abraçar o seu espírito empreendedor. Liberdade e responsabilidade são duas bandeiras que defende com garra. A convidada acrescentou outro ingrediente de sucesso, sublinhando “a importância de alguém que acredita em nós”. Recordou o papel do Pai, o seu grande impulsionador, quando lhe partilhou o sonho de criar um negócio próprio e a vontade que tinha de avançar.

Sara abriu uma empresa de contabilidade, com o propósito claro de responder às necessidades sentidas pelas PME’s. O grupo Your surge portanto como uma solução integrada de serviços que impactam micro-empresas que precisam de apoio para crescer.



Uma liderança servidora é uma liderança ganhadora
“O maior inimigo do sucesso é ter sucesso”, diz Sara do Ó, intrigando a audiência: “Temos de estar sempre a contrariar e a voltar às origens, num contínuo processo de reposicionamento no caminho. É um treino necessário para perceber de onde vieste e o propósito que nos guia.” Com 41 anos, acredita que “a nossa maior fonte de inovação é um cliente insatisfeito”, pois dá-nos ferramentas para continuar” a fazer a progredir o serviço. Resumindo, a sua atitude consiste em “não ter medo de tubarões: nada-se com eles”.

Pessoas, abraços, olhares atentos e uma liderança servidora são os pilares de ser e de liderar de forma vencedora. Entre os desafios e a paixão, Sara do Ó propõe-se aumentar a dimensão média do tecido empresarial português e constata que, em Portugal, “não sabemos crescer por não sabermos partilhar.” “O status em português de ser dono” revela a falta de colaboração. “Quem tem coragem de investir deve ser incentivado”, defende.

O atrevimento e a ousadia são fundamentais num processo de empreendedorismo. Da escolha dos sócios, aos parceiros e os mentores, empreender depende também da marca, dos processos e da equipa. “Há que cuidar das pessoas que nos foram confiadas”, reforça a oradora convidada com convicção.

“Sempre contratei colaboradores mais inteligentes do que eu. Não há que ter medo”. “Saber quem é a pessoa que está por trás da função, o que a faz feliz e o objetivo individual, quem é a equipa… e, simultaneamente, onde queremos chegar como um todo e o objetivo coletivo” são eixos que como líder deve conseguir “colar”. “A autenticidade não se treina” afirma Sara do Ó, para quem “a verdade deve ser usada como método para a felicidade como um fim”.



Audácia precisa-se
“Se não te derem um lugar na mesa vai buscar uma cadeira e senta-te”.

“Devemos trabalhar para sermos líderes e, quando chegamos ao topo”, devemos continuar a investir num espírito de constante aprendizagem. Importa gerir o caráter de urgência, cultivar a investigação com foco na excelência, criar sucessoras e monitorizar.

A CEO da Your alerta para a censura clássica, os preconceitos subtis, a resistência à crítica e fragilidade e força que a liderança no feminino ainda tem de gerir na atualidade. “Temos de ser felizes durante o nosso caminho. “Vive tudo o que faz rir… chora tudo o que tens para chorar… Sabes que podes vencer o teu medo de perder. Não deixes vencer o teu medo de perder. Não deixes fugir o que a vida te deu e … aprende a sonhar.”



No final do encontro, as participantes levantaram questões a Sara do Ó que foram respondidas com graça e objetividade.

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