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“A solução para a Europa é mais energias renováveis”
13/03/2025
O cenário atual é crítico para a transição energética e o esforço no cumprimento dos objetivos do Acordo de Paris é, pois, um ponto na agenda de dirigentes e decisores. Por essa razão, o Agrupamento de Alumni da AESE trouxe o tema a debate numa sessão do Alumni Learning Program, a 13 de março de 2025, em Lisboa.
A larga experiência de Pedro Vasconcelos, Membro do Conselho de Administração da EDP, permitiu-lhe aportar dados e argumentos valiosos à discussão, mais tarde alargada a Ana Luís de Sousa, Secretária-geral da APE – Associação Portuguesa da Energia (APE) e ao Professor Francisco Vieira, Diretor do Programa AMEG | Advanced Management in Energy da AESE.
“Towards a new energy paradigm”
O que era dado como um facto adquirido no que respeita ao processo de transição energética, Pedro Vasconcelos alertou para o “retrocesso significativo” que se experimenta. Em 2024, foram batidos recordes a nível de aquecimento global, emissões de CO₂, mais de 3 biliões de pessoas a viver em regiões de risco elevado devido às alterações climatéricas e estão estimados em 229 biliões de dólares de custos diretos, causados por catástrofes naturais, entre: inundações, tempestades e furacões. “Torna-se mais urgente do que nunca que a transição energética aconteça”, através da mundialização do processo de descarbonização e eletrificação, para um novo setor energético mais limpo, fiável e sustentável. Ambição e habilidade na implementação são requisitos imprescindíveis.
O Membro do Conselho de Administração da EDP, sublinhou a importância do alinhamento, consenso e estabilidade política, acesso a capital, cadeias de valor globais entre outras variáveis, que não se estão a verificar.
Há uma nova narrativa a emergir, gerando um sentimento antagónico relativamente à atuação sobre o clima e a aposta nas energias renováveis. O posicionamento norte-americano está num “trote” diferente daquilo que era expectável para uma boa prática global favorável à transição.
“Continuamos a defender que a transição é inevitável”, porém “temos a consciência de que não será fácil”. “Como lá chegamos e a que velocidade” são questões que segundo Pedro Vasconcelos “temos de gerir”. Para a Europa, as fontes de energias renováveis são críticas para a redução da dependência energética, que permita controlar os preços da eletricidade e, acima de tudo, aumentar a competitividade industrial. “A solução para a Europa é mais energias renováveis”. “Portugal tem o preço interessante em termos de preço de grossista, mas não podemos ficar por aí. Temos de ir à fatura final dos industriais e ter uma política industrial competitiva.”
O orador mostrou-se otimista. O círculo virtuoso pode acontecer. A procura da eletricidade nível ibérico pode crescer de forma consistente, propulsionado pelas fontes de energias renováveis e o aproveitamento das oportunidades. “Precisamos de procura” e ajustar a cadeia de valor da geração energética.
A sessão prosseguiu com um período de perguntas e respostas, no qual foram aprofundados algumas das questões abordadas.
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