Foi recentemente publicado pela Organização Mundial de Saúde Europa o relatório “Health and care workforce in Europe: time to act“.
Este documento identifica os graves desafios que atualmente se vivem em toda a Europa, no que respeita à força de trabalho na área da saúde e da prestação de cuidados.
Os dados apresentados refletem a realidade de seis classes de profissionais na área da saúde, em que se incluem os farmacêuticos.
Este é o documento de grande importância, por permitir registar para a história o enorme contributo dos profissionais de saúde no combate à COVID-19.
A evidência demonstra que muitos Estados Membros entraram em emergência pandémica, com um número insuficiente de profissionais, competências dentro de cada profissão não otimizadas e desequilíbrios relevantes na distribuição geográfica de profissionais de saúde.
A pandemia colocou todos à prova (e que prova!). E quando a COVID-19 começou a dar alguma trégua, o contexto económico em toda a Europa (incluindo um grande aumento do custo de vida), agudizou o impacto nas capacidades de retenção, recrutamento e atratividade nas profissões de saúde.
A Europa vai necessitar de cada vez mais profissionais, porque o nosso contexto social e de saúde assim exigem. O aumento da esperança média de vida, de pessoas com cada vez mais necessidades em saúde, e a evolução para sistemas de saúde que devem cuidar em proximidade, pedirão mais profissionais a trabalhar de forma cada vez mais integrada.
Os dados apresentados sugerem que uma maior densidade de profissionais especializados é um dos fatores que mais contribuem para melhores resultados em saúde.
Mas se este relatório é importante por diagnosticar, ele é tanto ou mais relevante por apontar uma série de medidas políticas, que a serem tomadas permitirão preparar sistemas de saúde mais resilientes e mais bem preparados para servir as necessidades das pessoas, no futuro.
Antes de mais há que cuidar bem de quem cuida. Os Estados Membros devem investir mais na área da saúde e encarar este sector como um motor de desenvolvimento económico e social. Devem implementar-se medidas de contratação e retenção do talento, que passem por permitir às pessoas melhor equilíbrio entre as suas vidas profissionais e pessoais e um maior cuidado à saúde mental.
A coesão territorial e a existência de serviços de saúde em zonas rurais e mais distantes dos grandes centros urbanos é outro dos pontos críticos apontados.
Pelas características do nosso país e do nosso sector, identifico neste relatório inúmeras notas de reflexão para a profissão farmacêutica. Vejo também imensas oportunidades para que os farmacêuticos com responsabilidades assistenciais continuem a desenvolver novas competências e a assumir novas responsabilidades que respondam às necessidades das pessoas e do sistema de saúde. Uma maior capacidade de trabalhar em rede permitirá a todos os profissionais prestar melhores cuidados e de forma mais eficiente.
Novas responsabilidades que venham a ser assumidas devem prever novos modelos remuneratórios que reforcem a capacidade económica das farmácias, de serviços farmacêuticos e dos laboratórios de análises clínicas.
Artigo publicado na Revista Farmácia Distribuição #365
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