AESE insight #122
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Os custos afundados são custos que, tendo ocorrido no passado, são irrelevantes para qualquer tomada de decisão no presente. Para toda e qualquer tomada de decisão? Não. Não são irrelevantes para a avaliação e recompensa de quem os decidiu, seja naqueles casos em que deram bons e abundantes frutos, ou naqueles outros em que não produziram nada de bom. Mas são irrelevantes para tudo o resto. São especialmente irrelevantes nas tomadas de decisão sobre estratégias e investimentos futuros.O conceito de custo afundado é relativamente recente. Não existia na teoria clássica de valor, aquela que Aristóteles e Platão assumiam, e também usada por Adam Smith e Karl Warx nas suas obras, e conhecida comumente como teoria do valor-trabalho. Segundo esta teoria, o valor de qualquer bem ou serviço é o total dos custos do trabalho que esse bem e serviço incorpora, os necessários e os desnecessários, os relevantes, os irrelevantes e até os detrimentais. Por incrível que pareça, esta teoria ainda é usada, explicita ou implicitamente, por muitos gestores, seja os da coisa pública, seja os do sector privado.
É implicitamente usada quando dizem, por exemplo, “já investimos (gastámos) tanto neste projeto (produto, serviço, estratégia), que temos que fazer qualquer coisa (isto é, investir ou gastar mais) para o tornar rentável”. Não! Qualquer novo investimento deve ser avaliado comparando os cash-outflows que o investimento adicional vai exigir com os cash-inflows que se espera que ele nos traga no futuro. Introduzir o que já foi gasto no passado irá distorcer a análise e, muito provavelmente, levar a uma má decisão.
Também é implicitamente invocada quando defendem: “já gastámos tanto neste projeto, que ele nunca será rentável”. Também isto é uma falácia. O que é preciso ver é se o que se vai investir a partir de agora trará um rendimento que compense esses investimentos adicionais, independentemente do que já foi gasto no passado.
Infelizmente, quase todos nós não conseguimos largar os nossos custos afundados. O profissional que diz, “já investi tanto tempo e esforço nesta empresa que uma nova aventura profissional nunca compensará”, está agarrado a eles. A perspetiva correta seria: “vamos lá é comparar o que outra empresa me pedirá e dará com o que esta me pede e poderá dar”.
De igual modo uma empresa que diz, já investi tanto neste profissional que o substituir não compensará”, está a cometar o mesmo erro, que um dia a arrastará para o fundo com se tivesse uma mó presa ao pescoço. E, infelizmente, também cometem o mesmo erro todos políticos que dizem: “já investimos tanto no SNS, na CP, na TAP, etc., que agora não o/a/@ podemos abandonar sem grande prejuízo”. A questão correta é: será que os novos apoios (investimentos) se tornarão em novas perdas ou em incríveis proveitos?
Foi dito acima que o conceito de custo afundado é relativamente recente, mas isto só é parcialmente correto. É verdade que é relativamente recente, terá um século e meio, na teoria económica e na gestão empresarial, nos gabinetes empresariais e nas salas de aula universitárias. Mas já há muito tempo que é conhecida pelo nosso povo, pelos merceeiros e pelos taberneiros. É pelo menos tão antiga como os provérbios “águas passadas não movem moinhos” e “chorar por leite derramado”.
A dificuldade da sua aplicação não está no desconhecimento ou complexidade do conceito. Está antes na nossa incapacidade de nos desprender e largar uma maçã que apanhámos no passado. 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av-mini-font-size-title='' av-medium-font-size='' av-small-font-size='' av-mini-font-size='' admin_preview_bg=''] João Valentim Professor de Fator Humano na Organização [/av_heading] [/av_one_third][av_one_third min_height='' vertical_alignment='av-align-top' space='' margin='0px' margin_sync='true' padding='0px' padding_sync='true' border='5' border_color='' radius='0px' radius_sync='true' background_color='' src='' attachment='' attachment_size='' background_position='top left' background_repeat='no-repeat' animation='' mobile_breaking='' mobile_display=''] [av_image src='https://www.aese.pt/wp-content/uploads/2025/01/3.png' attachment='8222051' attachment_size='full' align='center' styling='' hover='' link='manually,http://www.aese.pt/aese-insight-122-3/' target='' caption='' font_size='' appearance='' overlay_opacity='0.4' overlay_color='#000000' overlay_text_color='#ffffff' animation='no-animation' admin_preview_bg=''][/av_image] [av_heading heading='Inteligência Artificial – Como passar da prova de conceito?' tag='h3' style='blockquote modern-quote' size='' subheading_active='subheading_below' subheading_size='15' padding='10' color='' custom_font='' av-medium-font-size-title='' av-small-font-size-title='' av-mini-font-size-title='' av-medium-font-size='' av-small-font-size='' av-mini-font-size='' admin_preview_bg=''] Rui Tomás Professor de Operações, Tecnologia e Inovação da AESE [/av_heading] [/av_one_third][av_one_third min_height='' vertical_alignment='av-align-top' space='' margin='0px' margin_sync='true' padding='0px' padding_sync='true' border='5' border_color='' radius='0px' radius_sync='true' background_color='' src='' attachment='' attachment_size='' background_position='top left' background_repeat='no-repeat' animation='' mobile_breaking='' mobile_display=''] [/av_one_third][av_hr class='default' height='50' shadow='no-shadow' position='center' custom_border='av-border-thin' custom_width='50px' custom_border_color='' custom_margin_top='30px' 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