“Temos condições, talento e vontade política para fazer as transformações necessárias”
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[/av_textblock] [av_hr class='invisible' height='15' shadow='no-shadow' position='center' custom_border='av-border-thin' custom_width='50px' custom_border_color='' custom_margin_top='30px' custom_margin_bottom='30px' icon_select='yes' custom_icon_color='' icon='ue808' font='entypo-fontello' admin_preview_bg=''] [av_textblock size='20' font_color='' color='' av-medium-font-size='' av-small-font-size='' av-mini-font-size='' admin_preview_bg=''] Perante uma situação complexa que afeta a geopolítica, as empresas travam uma “grande luta” para fazer face aos desafios da atualidade. O esforço de dar visibilidade a Portugal, através da internacionalização e das exportações, está a alcançar algum sucesso, mas não o bastante. Para refletir sobre estas questões, António Costa Silva, gestor, Professor e ex-Ministro da Economia e do Mar, foi convidado pela Direção do PADE, para ser orador num Beakfast Seminar da AESE, alusivo ao tema “O Futuro da Economia Portuguesa: ameaças e oportunidades”. O encontro, destinado a Alumni do Programa de Alta Direção de Empresas e seus convidados, realizou-se a 14 de maio de 2024, em Lisboa.“As maiores economias do mundo revelam um grau de complexidade e diversidade cada vez mais sofisticado. “Estamos a fazer um caminho, mas ainda há muito por fazer.” O convidado identifica “um problema de escala”: “não nos podemos refugiar no Portugal dos Pequenitos”. É importante estabelecer parcerias, que nos permitam chegar mais longe. “Temos de derrotar os paradigmas como a vergonha das empresas terem lucro, porque é assim que se cria riqueza”, contribuindo para a prosperidade e para o desenvolvimento de um país, onde António Costa Silva reconhece ter “muito talento”. “Temos de lutar por recapitalizar as empresas, combatendo o vício que impede um mercado de capitais com instrumentos capazes de dar autonomia aos projetos.” Para o orador, “a Europa está a perder terreno na sua competitividade face aos EUA e à China”. A educação, a ciência e a tecnologia são áreas fulcrais para países que queiram disputar um papel relevante no xadrez geopolítico e no económico global. Em Portugal, as empresas apresentam um investimento crescente em I&D, que ultrapassa em muito a atenção do Estado concedida a este pelouro. Segundo Costa e Silva, este é um compromisso essencial para responder aos desafios atuais.
“Temos uma fragmentação política e económica em todo o mundo”, que o Professor entende desencadear “mudanças sísmicas”. A Europa carece de uma “estratégia” que permita um reposicionamento com voz e poder alicerçado num mercado competitivo. “A Inteligência Artificial vai ser a eletricidade do Sec. XXI”, antecipa António Costa Silva. “Somos o continente que investe como nunca em inovação, ainda que de forma insuficiente.”
Os nacionalismos emergentes na Europa acarretam risco, pela sua natureza identitária. Com a aproximação das eleições em junho próximo, convém prevenir que esta tendência não se transforme num “Cavalo de Tróia capaz de minar o projeto europeu”. As grandes potências estão a usar o comércio, as redes de distribuição e a indústria para sustentar um neo-nacionalismo que compromete as relações comerciais internacionais, favorecendo, um espírito protecionista. “Se a Europa não resolver este problema, as exportações portuguesas sofrerão uma ameaça.”
Sendo este um dos vértices do hexágono que têm sustentado a economia portuguesa, António Costa Silva aponta ainda o potencial de se continuar a investir: na qualificação da população portuguesa, no registo de patentes inovadoras, na atração de investimento estrangeiro, na diversificação do tecido produtivo e na relevância das empresas tecnológicas que permitem, a par do Turismo e do setor metalomecânico, aportar valor ao país. “Temos de terminar com a intolerância que há com o fracasso em Portugal”. O convidado do PADE da AESE sublinha que a conectividade é um fator chave para aproveitar as oportunidades que têm surgido no âmbito das transformações tecnológicas, com impacto na agenda da Saúde, com a aplicação da IA e da biotecnologia ao serviço do diagnóstico e tratamento. Também se verificam projetos estratégicas com base em parcerias tecnológicas e de Energias renováveis que devem ser olhados com atenção. Além disso, foi referido ainda o “futuro risonho” que pode advir da Economia do Mar.
Na sua perspetiva, a Península Ibérica deveria “tomar a iniciativa de criar cidades inteligentes”, que configurem “um novo paradigma” mais sustentável a nível planetário.
Antes do espaço de perguntas e respostas, António Costa Silva, rematou a sua apresentação com um testemunho positivo: “Temos condições, talento e vontade política para fazer as transformações necessárias, em Portugal. Temos de trabalhar mais em conjunto e acreditar naquilo que fazemos. Os consórcios entre empresas e universidades é um dos caminhos certos a empreender”. [/av_textblock] [/av_one_full][/av_section]