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Como acelerar o empreendedorismo em Portugal

14/05/2024

O financiamento de startups e projetos de empreendedorismo é nevrálgico para o sucesso do processo de lançamento e consolidação de novas empresas.

A pensar neste fator crítico de sucesso, a AESE organizou um jantar debate, a 14 de maio de 2024, subordinado ao tema “Capital de Risco: Um acelerador do empreendedorismo em Portugal”. A iniciativa esteve a cargo de Francisco Carvalho, responsável pelo projeto “Disruptive Leaders 360”, da AESE, com vista a estimular o espírito empreendedor , bem como o aumento de competitividade da economia portuguesa.


“The VC’s big challenges: FOMO, Diversity and Risk” foi o tema central debatido pelos oradores, com muita experiência na área de Business Angels, Venture Capital, Private Equity e da relação destas com as Startups.
Isabel Neves, Board Member da Investors Portugal, Hugo Gonçalves Pereira, Partner da Schilling VC, Luís Graça, Partner da Vallis Capital Partners, e António Dias Martins, Executive Diretor da Startup Portugal foram os palestrantes convidados.


A nível de Business Angels, existe muita informalidade no setor. Muitas pessoas intitulam-se Business Angels, apesar de não o serem. É necessário uma normalização e certificação da figura de Business Angel para garantir aos investidores e startups um certo controle de qualidade. Os Business Angels são o primeiro investidor, depois do Love Money (Family, Friends and Fools), que apoiam as startups a maturar o seu modelo de negócio, construir o seu MVP (Minimum Viable Product ) e testar provas de conceito no mercado. Ou seja, são investidores com um grau de risco bastante elevando face à “taxa de mortalidade” dos projetos. Nesta indústria do investimento existe muito pouca paridade entre homens e mulheres e continua a ser um mercado dominado pelo género masculino. Para que o mercado fique mais atrativo deverá existir uma oferta maior na formação para este tipo de investidores, uma certificação oficial que traga mais profissionalismo ao mercado e um enquadramento fiscal que capte mais pequenos investidores a este negócio.


Do ponto de vista das Venture Capitals e Private Equity, existe um crescimento enorme no número de empresas capital de risco a nível mundial, europeu e português, bem como um forte crescimento a nível dos capitais investidos e em carteira, e número de pessoas empregadas no setor. Os indicadores de rentabilidade em Portugal têm sido muito positivos. No entanto, é critico, para que os players portugueses ganhem credibilidade e notoriedade na indústria, consigam chamar a si mais investidores estrangeiros para os seus fundos. Atualmente, levantar dinheiro no mercado de capitais internacionais com o risco no país que temos – embora tenha melhorado significativamente-, é muito difícil. Para mitigar essa dificuldade, deve haver players de renome ibéricos e europeus, dentro dos nossos veículos de investimento. Nota-se ainda um tema critico na indústria em Portugal que é o alinhamento (ou falta dele) entre fundos privados e públicos. Neste momento, existe muito capital disponível para os diferentes instrumentos de investimento em Portugal; no entanto, as regras de governance e compliance entre os diferentes stakeholders do setor não estão a ajudar a obter uma visão de conjunto. Falta muito deal flow (projetos e startups) no mercado. Vai ser difícil alocar todo o capital disponível para o setor, antes dos prazos regulatórios estipulados pela EU expirarem.


Para as Startups, Portugal tem sido um case study no desenvolvimento e crescimento desta indústria. O país atrai muitos projetos e investidores internacionais. Todos os indicadores apresentados validam que as startups portugueses têm tido um desempenho muito acima da média europeia ou mesmo mundial. Regista-se um crescimento de empresas, do valor investido, do número e da diversidade de investidores, dos níveis de faturação, do número de colaboradores e das rentabilidades. Há condições para continuar a incentivar o setor, como forma de aumentar a competitividade da economia portuguesa. Para isso, é preciso que exista uma maior ligação entre a academia e o mundo empresarial, mais incentivos para investidores e inovadores, melhores condições fiscais para jovens empreendedores, condições de internacionalização e ganhos de escala que posicionem as startups portuguesas no panorama europeu.


No encontro os participantes, Alumni do AESE Executive MBA, entre outros, colocaram as suas questões e partilharam os desafios, no sentido de encontrar soluções para problemas que acabam por ser transversais a quem se inicia e pretende consolidar um negócio.

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