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Desigualdades no mercado de trabalho crescem com a tecnologia e a globalização
17/11/2020
A Agência Lusa promoveu uma conferência online sobre “O Futuro do Trabalho: Garantir que Ninguém é Excluído”, em parceria com a AESE. O evento ocorreu no dia 11 de novembro de 2021.
A tecnologia e a globalização foram dois vetores incontornáveis neste encontro que reuniu especialistas de várias áreas e com diferentes perspetivas sobre a integração e a promoção da igualdade naquilo a que ao emprego diz respeito. O economista Luís Cabral, Professor da NYC Stern e da AESE Business School, sustentou que “Muitos dos empregos vão ser vítimas do progresso tecnológico e da pandemia e os novos empregos terão pouca estabilidade e benefícios sociais”. A fim de garantir a não exclusão, o Professor defendeu a alteração do atual sistema de solidariedade social.
“A tecnologia e a globalização tendem naturalmente para a desigualdade”, sendo, portanto, necessário uma “reforma fiscal”, que providencie ” melhores condições às empresas” e “menos incentivos a quem apareça com inovações para aumentar a produtividade e substituir o emprego”.
“A globalização terá um impacto enorme na emergência do teletrabalho” atualmente muito em voga devido à Covid-19. Encontrar “um modelo equilibrado entre aquilo que havia em janeiro de 2020 e o que aconteceu no confinamento” é a situação desejável para que ninguém seja excluído.
Bethy Larsen, da People & Organisation ”partner” da PwC, argumentou que as empresas têm responsabilidade na revisão das suas políticas de recursos humanos, a fim de promover a capacidade de todos os colaboradores regressarem à normalidade, que se antevê que seja num sistema misto de presencial e remoto.
Por seu lado, a Diretora de Recursos Humanos da L”oreal, Clara Trindade, sublinhou que espera-se das empresas e dos trabalhadores “mais agilidade” na tomada de decisões num contexto complexo e de pressão, sendo hábeis a “reinventar modelos de negócio”, a requalificar ou formar as suas pessoas para novas competências e desafios.
O Diretor de Recursos Humanos da CUF, José Luís Carvalho, argumentou que “a capacidade de aprendizagem e de adaptação vão ser muito importantes para o futuro” da empregabilidade, visto que a digitalização vai gerar trabalho, “mas empregos muito diferentes dos atuais”.
O médico psiquiatra António Sampaio salientou a adaptação como parte integrante da natureza do ser humano. Todavia as mudanças requerem “tempo”. “Se for urgente” haverá mais probabilidade, no seu entender para haver “muitos excluídos” no ”novo” contexto laboral.