19/09/2018, Lisboa
O 17.º Executive MBA experienciou de 19 a 22 de setembro, um programa intensivo sobre Liderança. Ao grupo juntaram-se participantes da Donau- Universität Krems.
Um líder à escala do globo
Sebastian Reiche, Professor of Managing People in Organizations no IESE, destacou os fatores chave a considerar numa liderança de âmbito global. “Para se ser um líder global eficiente e navegar num contexto globalizado de trabalho é preciso desenvolver 3 meta-competências valiosas, não obstante o local e as pessoas que se lidera. A primeira é a consciência provocada pelo conhecimento direto sobre o contexto e a cultura dos seus e do outro. A segunda consiste na empatia, que gera nos líderes conhecimento partilhado, por colocá-los na posição dos interlocutores, mantendo a abertura às suas próprias preferências e pontos de vista. A terceira é a humildade, o que aporta aos líderes um conhecimento reflexivo, ao aceitar as limitações das suas visões e interpretações, ao mesmo tempo que lhes permite aceitar a subjetividade como é percecionado.
A mobilidade global é tida como uma vantagem amplamente defendida. Porém, é de avaliar também os paradoxos daí decorrentes:
- as preocupações contínuas sobre o custo da mobilidade global (embora as empresas tenham tentado reduzir custos nas últimas décadas, muitos problemas de incentivo permanecem);
- os benefícios limitados da experiência internacional anterior (porque muito pouco é transmitido de aprendizagens prévias);
- as preocupações com a resiliência do indivíduo, dada a multiplicidade de desafios, como: as viagens, a complexidade e o ritmo acelerado;
- a falta de progressão imediata na carreira por meio da mobilidade global; e
- as mudanças na identidade dos indivíduos.
Para reduzir essas preocupações e alavancar os aspetos positivos da mobilidade global, as empresas precisam cuidar melhor de outras motivações ao selecionar e apoiar os colaboradores, como por exemplo: ao fornecer treino e orientação cultural e linguística mais sistemática e integral, ao distribuir melhor as oportunidades de trabalho global e ao fornecer serviços mais integrados de planeamento de carreira.”
A liderança de equipas virtuais exige de um líder o desenvolvimento de capacidades específicas. Para Sebastian Reich, “uma liderança de equipas globais bem sucedidas compreende a necessidade de: definir com clareza processos e procedimentos na equipa – começando, com frequência, pelo modo e pelo timing da comunicação entre os elementos do grupo; investir na criação de uma cultura de equipa que engloba diferentes culturas nacionais e organizacionais, fazendo um esforço por compreender as diferentes necessidades e perspetivas individuais dos membros da equipa; e criar múltiplos pontos de contacto entre os elementos, quer pessoais quer virtuais.
Procura-se CEO…
Depois da reflexão sobre Design Thinking proporcionada pelo Prof. Joaquim Vilà, Professor of Strategic Management do IESE, os participantes assistiram à exposição de vários casos reais de empresas de referência mundial por parte de Miquel Lladó, Conferencista do IESE na mesma área pedagógica. Lladó enumerou as prioridades que devem fazer parte da Agenda de um CEO, que nem sempre são as tarefas que ocupam o seu tempo real. Deste ponto de partida, o orador fez notar como uma empresa tão bem sucedida como a Blackberry não soube adaptar-se à mudança tecnológica e às preferências dos consumidores. Em contrapartida, a Novartis soube conduzir um processo de mudança, sabendo articular os desafios e interpretar o contexto, favoráveis ao nascimento de uma nova organização, consistente numa liderança global. Do caso Amazon, Miquel Lladò sublinhou a importância das “dores”, dos “gargalos” e da gestão das “zonas de conforto” para “semear as árvores do futuro”, nas palavras do CEO, Jeff Bezos.
O 17.º Executive MBA AESE reagiu a estes casos com entusiasmo, tendo-se gerado matéria de trabalho e de discussão para consolidar o desenvolvimento de competências de liderança de negócios e pessoas, com impacto no dia a dia.