13/04/2021
A Indústria 4.0, também designada por 4.ª Revolução Industrial, é um tema estrategicamente caro para o mundo corporativo. António Vaz, Teaching Fellow da AESE na área de Operações e Inovação e Alumnus do Executive MBA AESE, foi o orador da sessão de Alumni Learning Program, que visou avaliar o potencial da transformação digital nos negócios, numa sessão que se realizou online, a 13 de abril de 2021.
Por Indústria 4.0 entende-se “um conjunto de tecnologias disruptivas que podem ser aplicadas no domínio da produção, que capturam, otimizam e disponibilizam dados”. Ou seja, existe um pressuposto de trabalhar a informação, gerada pela recolha de dados, passível de ser transformada em valor acrescentado para o desenvolvimento dos negócios. Subestimar esta evolução pode comprometer o futuro das organizações.
António Vaz explicou em que medida a Indústria 4.0 se tem manifestado: da conectividade, do poder computacional no tratamento de dados, à analytics, passando pela interação do Homem com a máquina, a nível de robótica, da realidade virtual e aumentada, e a Engenharia avançada… os desafios são muitos e aplicam-se ao longo de toda a cadeia de valor.
Na sessão, o Professor apresentou exemplos reais de fábricas inteligentes em Portugal, que chamaram a si o compromisso de implementação da Indústria 4.0, submetendo-se a consequências profundas nos seus modelos de negócio. Os casos apresentados pelo orador ilustram modelos de setores de atividade distintos: a Sogrape, com o projeto “WiCo – Wine Connection”, com vantagem na sensorização do produto e na automatização de processos; a Movecho, com a iniciativa “Robotic Addiction Manufacturing”, que concilia a produção de mobiliário de design em série, com possibilidade de personalização; e a Polisport, com a digitalização do Shop-Floor.
A par destes casos de sucesso, 70 % dos processos de transformação digital fracassam. O índice de insucesso é elevado, devido a: falta de visão, desde a fase inicial, conforme comentou António Vaz. A este fator, acrescenta-se a débil avaliação da vantagem competitiva, da prioritização das apostas digitais, da Gap Analysis e do desenho do Roadmap de transformação.
A reindustrialização não significa, portanto, retroceder às práticas do passado, mas a investir num paradigma distinto, considerando o grau de maturidade tecnológica das empresas portuguesas. Os fatores críticos de sucesso são claros para o Professor. Em primeiro lugar, uma estratégia integrada com objetivos de transformação claros e quantificáveis. Depois, um compromisso da Gestão, do topo até ao nível da responsabilidade intermédia. E, por fim, a capacidade de gerir Talento. Uma mentalidade Agile, a mensuração do progresso e o estabelecimento de uma plataforma modular orientada para o negócio são condições fundamentais para a boa consecução do propósito de um industrialização 4.0.
António Vaz disponibilizou-se, depois da sua exposição, para responder a algumas perguntas dos Alumni que acompanharam a sessão remotamente.