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Mercado do vinho português tem margem para crescer no segmento dos jovens gestores e empresários
13/11/2018, Lisboa
O estudo “Hábitos de Consumo de Vinho”, realizado num universo de gestores e de donos de empresas, conclui que o mercado do vinho em Portugal tem uma boa margem de crescimento fora das refeições, sobretudo nas gerações empresariais mais jovens (ver Análise dos Resultados em anexo). Este é – segundo os investigadores da AESE Business School e da Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro (UTAD), responsáveis pelo estudo – um segmento de mercado que as empresas do setor deverão trabalhar com particular atenção nos próximos anos.
O estudo “Hábitos de Consumo de Vinho” foi realizado no âmbito do Projeto CV3 – Criação de Valor na Vinha e no Vinho, uma iniciativa da AESE em parceria com a UTAD, para a realização de estudos e eventos sobre a economia do vinho em contexto académico. A ADVID, o INIAV e a PwC aderiram à iniciativa, dada a identificação com a missão e os valores do trabalho. O projeto tem como objetivo estimular as exportações de vinho português, contribuindo para o aumento da competitividade das empresas nacionais no mercado global (ver anexo o Projeto CV3).
“A maioria dos empresários e gestores inquiridos não concebe beber fora das refeições, da mesma maneira que nesses momentos não admite trocar o vinho por outras bebidas alcoólicas”, afirma Ramiro Martins, responsável pela “the Mediatheque”, a empresa de estudos de mercado que realizou o inquérito, e professor na AESE. “No entanto, os quadros mais novos mostram bastante disponibilidade para socializar com vinho fora das refeições, o que é uma excelente oportunidade de negócio que deve ser explorada”.
O estudo “Hábitos de Consumo de Vinho” irá ser apresentado publicamente no próximo dia 13 de novembro, no Hotel Dom Pedro, em Lisboa (nas Amoreiras), pelas 18:00. Para além da apresentação do Projeto CV3 – Criação de Valor na Vinha e no Vinho, que será feita pelo presidente da AESE, José Ramalho Fontes, os resultados do estudo serão comentados por Ramiro Martins. Alexandra S. Pinto, do Instituto Nacional de Investigação Agrária e Veterinária, fará uma comparação dos resultados com o mercado francês. O crítico de gastronomia e vinhos Fernando Melo dirigirá depois um debate sobre o estudo (ver anexo Programa da Apresentação).
A segunda grande conclusão do estudo é que, mesmo num segmento de consumidores de nível elevado, com um poder de compra alto, há poucas marcas com força suficiente para serem reconhecidas pelo público-alvo. “No mercado do vinho em Portugal há uma confusão enorme quanto às marcas”, regista Ramiro Martins. “As pessoas confundem com muita frequência as marcas com regiões, com castas ou com empresas. É muito evidente que as empresas têm dificuldade em gerar marcas robustas: neste capítulo há, claramente, muito trabalho a fazer”, conclui o professor da AESE.
A proliferação de marcas em todas as regiões vinícolas portuguesas é vista como a grande responsável pela confusão existente. Para além disso, algumas marcas – como a Grão-Vasco, da Sogrape, por exemplo – depois de décadas associadas a uma região (no caso, o Dão) desdobraram-se para outras regiões (Alentejo e Douro), diluindo a sua identidade.
“Consideramos que a geração de marcas robustas deve ser uma prioridade para o setor”, afirma Ramiro Martins. “Hoje há muitas marcas – e fracas. Deve trabalhar-se para que no futuro haja menos, mas mais fortes!”
O Projeto CV3 tem sido desenvolvido no âmbito da AESE, procurando a dinamização dos negócios na área do vinho. Segundo Ramalho Fontes, presidente da AESE e um dos mentores do projeto, “esta é uma forma de o mundo académico contribuir para potenciar a riqueza do setor do vinho em Portugal”.
Galeria de fotografias
Apresentação do estudo “Hábitos de Consumo de Vinho” – Projeto CV3