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Na Mobilidade, “são todos cidadãos de primeira”
05/12/2024
Na reta final da 1.ª edição do GSM – Gestão Sustentável da Mobilidade, foram vários os convidados que participaram com as suas abordagens experientes sobre o assunto. A entrega dos diplomas aos participantes, a 5 de dezembro de 2024, foi antecedida pela intervenção de Cristina Pinto Dias, Secretária de Estado da Mobilidade, em exercício.
“É um privilégio poder fechar este programa”, começou por dizer, referindo que “nunca vi nada como isto”, um programa dirigido aos decisores, provenientes do setor público e privado. “Parabéns à AESE e à ANTROP” por terem liderado uma “formação tão necessária como inovadora, num tema como este da mobilidade”.
As atuais políticas de apoio do Governo foram revisitadas e sublinhada a importância que o Estado tem dado ao recrutamento de Talento preparado e à colaboração com os especialistas do setor. “O contributo de quem está no terreno é precioso para que se possam tomar as decisões mais eficientes.” “A mobilidade é uma matéria central e está a viver um epicentro ambiental, digital e energético.” Neste sentido a partilha de experiências é fundamental para que a mudança aconteça, de modo consolidado.
Sobre os desafios de Mobilidade em núcleos urbanos, periféricos e do interior, Cristina Pinto Dias foi clara ao argumentar que o Governo está consciente dos desafios relacionados com a acessibilidade e que o programa político visa abranger um número progressivamente maior da população. No seu entender, “são todos cidadãos de primeira”.
A capacitação das infraestruturas em voga tem por finalidade criar atratividade da parte da oferta para uma utilização mais eficiente das soluções disponíveis, também no que respeita à persecução da meta de descarbonização dos transportes públicos. Do lado da procura, trazer mais gente aos transportes é uma das bandeiras da Secretaria de Estado e do Ministério das Infraestruturas e Habitação.
Da Mobilidade sustentável por decreto à fiabilidade e ao conforto das soluções
A intervenção da Secretária de Estada da Mobilidade foi antecedida por uma mesa-redonda com Isabel Martinez, Deputy Managing Director Portugal & Spain da Europcar, e Sérgio Soares, CEO da Transdev e Alumnus do PADE da AESE.
O Diretor do Programa AMEG – Advanced Management in Energy Francisco Vieira moderou o debate entre os convidados começando por levantar a pergunta inevitável: “para quando a adoção da neutralidade carbónica”?
A Estratégia de transição para uma frota 100% neutra em transmissões de carbono é uma questão complexa. Sérgio Soares, salientou entre os desafios à auto-sustentabilidade na Transdev os custos operacionais envolvidos. Em casos em que a transição energética é já fazível, as políticas públicas ajudam as empresas à adoção de novas soluções, por serem mais eficientes e financeiramente mais atrativas.
Isabel Martinez, com 300 mil viaturas disponíveis para aluguer, afirma que em termos europeus, “a transição foi decretada”. A Europcar tem trabalhado com uma atitude pedagógica, fazendo parte da sua estratégia atingir 60% de neutralidade carbónica, entre 2023-2024. No entanto, a sustentabilidade energética é questionável. Portugal não tem capacidade de produção de energia elétrica suficiente para as metas definidas.
“Cada país tem o seu ritmo”: o número de carregadores varia mediante as fronteiras e é com surpresa que Isabel Martínez constata que Portugal tem estado a investir na mobilidade elétrica mais ativamente do que a vizinha Espanha.
“A fiabilidade e o conforto”, segundo Sérgio Soares, “são desafios que se colocam na mobilidade, especialmente, fora das grandes cidades. A oferta de transporte público na província é inferior, assim como a capacidade financeira dos cidadãos.”
Isabel Martínez alertou para os hábitos dos utilizadores mais jovens, serem disruptivos. Em geral, dispensam a propriedade de um veículo, satisfazem-se com um renting e são ecologicamente mais conscientes. Este novo paradigma altera a definição da estratégia de negócio, para um target que valoriza mais a experiência. O futuro do negócio passará por “uma frota mais autónoma e o processo será mais digital e menos humanizado”. Para Sérgio Soares, “as cidades serão mais modernas e com menos carros em circulação.”
A gestão do carregamento, o carsharing e o turismo foram algumas das perguntas colocadas pelos participantes aos oradores.
O dia findou com a entrega de diplomas aos participantes na 1.ª edição do Programa Gestão Sustentável da Mobilidade, sob a Direção de Miguel Silva Sanches, seguido de um jantar de convívio
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