28/05/2024
Os “Desafios atuais da gestão de Recursos Humanos nas empresas” ocupam um dos lugares cimeiros nas agendas de dirigentes e executivos que vêm nas Pessoas o garante de negócio e nas empresas um espaço de produtividade, conectividade e de felicidade. A sessão dos Alumni Learning Program, da AESE, realizado a 28 de maio de 2024, teve a participação presencial e online dos Alumni,
“Precisamos que as pessoas se sintam bem e, por outro lado, precisamos que o seu contributo para as organizações seja aquele que as organizações precisam. Portanto, só esta dicotomia já tornaria esta equação complexa.” Manuela Silva, Presidente do Agrupamento de Alumni AESE, inaugurou assim o diálogo entre especialistas, que deram conta das suas vivências neste foro. Os seus aportes tiveram em atenção as “transformações profundas” vividas nos últimos anos, imprimindo alterações significativas na direção de pessoas e de equipas, com um impacto significativo nas empresas e nas sociedades em geral.
Liderar Pessoas em panoramas geracionais corporativos distintos
A “Atualidade”, “as Pessoas” e as “Empresas” foram os eixos de reflexão avançada por Maria de Fátima Carioca, Dean da AESE e Professora de Comportamento Humano na Organização.
“Estamos na realidade, com pessoas que levam as empresas para a frente e que concretizam os sonhos e as estratégias de cada uma das empresas. Neste triângulo, encontram-se os nossos grandes desafios.” O interesse pelo debate destes temas teve como propulsor o fenómeno da globalização que mundializou uma visão característica de uma região. “Não sendo já um fenómeno novo está presente nos nossos dias” Também é de salientar “a informação e os dados que nos ultrapassam”. “O que é que nós poderemos inferir daí, para podermos tomar melhores decisões?” Sobressai uma certa ansiedade que advém da integração da Tecnologia, da Inteligência Artificial… assim como novas formas de aumentar a produtividade e a eficácia na implementação das estratégias e das operações.
“Estamos todos ligados uns com os outros e isso faz toda a diferença.” Dessa causa decorrem dois efeitos: “a democratização, isto é, o acesso simplificado de todo o tipo de serviços”; assim como “a personalização”, privilegiando o que tem a ver comigo, do telemóvel, aos anúncios, passando por palavras-chave e algoritmos gerados, “a partir do momento em que estamos ligados”. “Todos somos humanos”, e gostamos de ser tratados como tal, “diferentes e únicos”: defende Fátima Carioca, que da sua experiência retira que mais facilmente atendemos às necessidades dos “clientes” do que às dos “colaboradores”. A “revolução verde” e a “fragilidade económica e geopolítica” são outros dois fatores que contribuem para um “panorama diferente”, com “padrões geracionais diferentes”.
A Professora considera que a mudança tem que ver com 3 conceitos: “Talento, Pessoas e Organização”.
“O que muda através do Talento e das Competências? Que Pessoas temos nós na Organização e em que diferem das gerações anteriores? E como é que a Organização tem a capacidade de se adaptar a essas novas Pessoas e buscando as novas competências para responder aos desafios que hoje se colocam?”
Precisamos “pensar o Talento globalmente” como uma abordagem compensatória da “nossa pirâmide [demográfica] invertida”. Também o salário tenderá a ser equacionado como “fator higiénico e de justiça social”, pois o valor percebido que a empresa dá ao seu colaborador e o sentido que este atribui àquilo que faz são elementos fortes nesta nova fórmula de retribuição. Outras questões foram levantadas: a periodicidade de uma avaliação de desempenho e o espaço de melhoria que um feedback contínuo proporciona aos indivíduos; o barómetro de satisfação, as características de liderança (“muito menos de controlo e muito mais de coaching e de desenvolvimento”). Fátima Carioca referiu ainda a evolução que se tem notado no reposicionamento das componentes da vida laboral e familiar, na gestão do tempo, e do trabalho presencial e remoto nas empresas.
Vivemos num “ambiente muito competitivo de acesso e fidelização de Talento”, com “pressão de custos”, “invasão da automatização e IA”.
Diagnosticado o problema, seguiu-se o painel de convidados que ajudou a responder com Boas Práticas já em curso.
O dia a dia na Liderança das Pessoas nas Empresas
O painel de convidados acrescentou à reflexão a componente prática que os responsáveis Francisco Viana, da Caixa Geral de Depósitos, Marisia Giorgi, da Jerónimo Martins – Pingo Doce, e Sofia Fernandes, do Grupo Lusíadas, encontram quotidianamente.
O debate começou sobre a questão do formato remoto e presencial do trabalho, aludindo ao contexto da estrutura corporativa e dos serviços, que requerem um tratamento diferenciado, conforme a indústria na qual as organizações operam.
A reflexão sobre o convívio da diversidade nas organizações trouxe à audiência perspetivas originais de como respeitar a identidade e a cultura corporativa e, ainda assim, a individualidade dos líderes e dos colaboradores, a fim de que cada um possa contribuir com o melhor de si. Os convidados referiram a forma mais criativa de gerir a captação, a fidelização e a rotatividade de talento, a promoção do bem-estar e o futuro das lideranças e do desenvolvimento das Pessoas.
Concluído o tempo dedicado aos convidados, os participantes puderam colocar algumas perguntas respondidas pelos oradores, com espírito de partilha das suas experiências.
Próximas sessões do Alumni Learning Program