Para que sirva: a sabedoria do Prof. Calleja sobre o bom governo das empresas - AESE Business School - Formação de Executivos

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Para que sirva: a sabedoria do Prof. Calleja

24/05/2020

“Dirigir, pensar e enseñar: sabedoría para el gobierno de empresas” foi o livro apresentado na AESE, em jeito de homenagem póstuma ao Prof. Luís Manuel Calleja, a 25 de maio de 2023. Uma referência para os seus colegas e alunos, Luis Manuel Calleja, destacou-se pelo seu “rigor científico, pela sua sabedoria humanista, pelo compromisso social e pedagógico, pela aproximação aos problemas reais dos dirigentes e por um sentido de humor incansável.”


O Prof. Calleja e a AESE
A Dean da AESE, Maria de Fátima Carioca, agradeceu a presença mulher Cecília e do filho do Prof. Calleja, na sessão que fez memória da vida cheia do Professor na Escola. “Tê-los aqui é o momento de agradecer o que o Professor deixou de si mesmo e pela forma como marcou as pessoas com quem se cruzou.” “Pensar no Professor Calleja, é pensar num Amigo.”
A Professora recordou como “mostrava abertura e uma curiosidade genuína”: “alimentava o pensamento com o que ia aprendendo com os outros”, com “uma sabedoria que a todos nos encantava”, sempre envolvido de um sentido de humor característico.

O Presidente da AESE, José Ramalho Fontes, “conheceu e acompanhou a chegada de Luis Manuel Calleja à AESE”. Recordou as aulas dadas no Programa de Alta Direção de Empresas e no Executive MBA AESE. “Foi um Professor muito querido.” Dividia o seu tempo entre Espanha, Uruguai e Portugal – na AESE-, dando aulas em várias business schools de prestígio internacional, como o IESE e San Telmo. Muitos alunos decidiram-se a fazer programas na AESE “pelo brilhantismo das suas aulas”, demonstradas inclusivamente em sessões de Open House.

Dedicou-se ao estudo do governo colegial, à semelhança do princípio fundacional respeitado pelas instituições do Opus Dei. “O governo é algo que se aprende fazendo.” Dedicou-se à abertura das organizações para temas como o da sucessão, porque a perenidade das instituições não deve estar dependente das carreiras profissionais dos seus líderes.

Para o Prof, José Ramalho Fontes foi um “homem sem defeitos”, vivendo coerente e consistentemente com o valores que o norteavam.


O Prof. Calleja e a academia
“A visão de um colega mais novo que aprendeu com o Luís” sobre como “concebia a relação com os colegas professores e como via o seu ofício” foi o contributo aportado pelo Prof. Adrián Caldart este encontro.

O Prof. Caldart iniciou a trabalhar com Luis Manuel Calleja em 2008-2009, a fim de substituí-lo na sua função de coordenação da área de Política de Empresa, na AESE. Tinha uma noção muito própria de Direção geral, tornando atrativos qualquer dos temas que relacionados. “A profundidade do conhecimento de Luisma e a solidez interdisciplinar era muito grande”. Caldart admirava-o, pois: “conseguia usar essa fortaleza na utilização do Método do caso.” Nas aulas ou numa simples conversa de breves minutos, era um “hábil equilibrista”, colocando as perguntas-chave, que acrescentavam ao debate pela sua pertinência. Defendia que: “não se pode dar soluções simplistas a questões complexas. Exige conhecimento profundo dessa universalidade. Aparecia nas aulas com muita naturalidade e muitos recursos. Sempre admirei muito isso nele.”

“Como colega, dizia que devíamos fazer tráfico de ideias”, com “um humor fino”. Era frequente ouvi-lo citar amigos e colegas das escolas onde dava aulas, pois interessava-se verdadeiramente pelas suas investigações. “Apesar de ter uma visão holística, gostava muito de apresentar dados concretos.”

“Foi um grande professor de professores”, afirma Caldart, que listou alguns nomes de aprendizes de Alta Direção, que se destacam-se hoje como autoridades académicas, no panorama internacional.

“Temos muitas saudades dele.”


A visão de quem com ele aprendeu
Manuela Silva, Presidente do Agrupamento de Alumni da AESE, interveio na condição de participante no PADE da AESE, há 10 anos atrás.

“As suas aulas eram das mais apreciadas sempre. Nunca ninguém faltava.” Destaca-se o conteúdo e o constante zelo ético, nas decisões de empresa. Era uma “pessoa alegre com uma energia contagiante, doce e suave. Desafiava-nos em cada aula”, de acordo com os limites da sensatez, da prudência e do respeito. Apelava ao auto-conhecimento e ao facto de como dirigentes “sermos pessoas de ação. Portanto, “cabe-nos, configurar o futuro”.

O Diretor do Programa PADE da AESE, o Prof. Pedro Ferro, tomou da palavra com graça, alegando ter sido a pessoa a que mais comunicações do Prof. Calleja terá assistido. E acrescentou à “prudência”, outra virtude defendida pelo homenageado, no que toca a lidar com pessoas: “a paciência”.


O livro: “para que sirva”
O Prof. Ricardo Calleja, filho e também Professor do IESE Business School, contextualizou o surgimento da obra, iniciada “nos últimos meses da sua vida”. Trata-se da compilação das várias contribuições feitas ao longo da sua carreira académica, destinada “a professores e a escolas”, como “uma referência face ao caos”.

“Foi um projeto necessário, exequível”, que não pôde terminar em vida. Na presença da sua Mãe, Ricardo Calleja contou que “antes de ingressar a 29 de junho de 2020, na Clínica Universidad de Navarra, [Luís Manuel Calleja] terminou de escrever a sua comunicação para o Encontro de Professores de Política de Empresa, que se realizaria em novembro desse ano, incluído neste livro como o primeiro capítulo da segunda parte.” “De acordo, com a sugestão do professor [José Luis] Lucas”, a obra inclui vários capítulos”. Ricardo Calleja acabou por editar e organizar o conteúdo, a fim de terminar o projeto. Foram recolhidos “testemunhos de alunos do meu pai, pois só eles poder dar notícia do seu trabalho como docente e mentor porque oferecem um contexto adequado para que a leitura de estes textos dê fruto.”

A obra incide sobre três pilares do governo da empresa, de instituições públicas e sociais: “dirigir com acerto, pensar com rigor e ensinar com profundidade”, com uma tónica claramente humanista.

“Nem toda a oportunidade é oportuna”, dizia o Prof. Calleja, contudo em boa hora é lembrado e feita recordação justa do seu trabalho.

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