29/10/2024
“O Lítio é claramente um dos elementos críticos para a transformação energética que tem de ser feita” nesta geração. Para falar sobre este tema o Prof. Francisco Vieira, Diretor do AMEG – Advanced in Management Energy, convidou Emanuel Proença para dar a conhecer a estratégia de exploração, produção e distribuição deste recurso tão precioso.
O CEO da Savannah Resources plc explicou o que o leva a confiar na missão de “colocar Portugal no centro da próxima revolução industrial na Europa. O Executive Breakfast para dirigentes do setor energético teve lugar na AESE, a 29 de outubro de 2024, em Lisboa.
A sorte de Portugal
“Portugal teve sorte” “por se ter conseguido encontrar um jazigo com uma quantidade considerável de espodumena”, “pronta a ser colocada à disposição de uma indústria que se deve desenvolver.” “Há claramente uma oportunidade e Portugal tem de se posicionar para capturá-la, sendo um país aberto ao desenvolvimento, à oportunidade e que tem confiança” no papel a desempenhar na transformação da sociedade.
Profundo conhecedor do setor energético, o convidado juntou-se ao projeto do Barroso por reconhecer o seu potencial. “Na mineração, não nos movemos por interesses tecnológicos ou de talento, mas pela disponibilidade de um recurso específico”. O Lítio é um minério abundante no Barroso e o trabalho de investigação que tem vindo a ser desenvolvido assegura o retorno do investimento pela capacidade energética que este mineral injeta na cadeia de valor.
“O mundo da energia e da mobilidade está a mudar e requer uma reconfiguração da indústria e do fornecimento.” Neste sentido, Emanuel Proença quer contribuir para “fazer com que a fileira tenha futuro, fazendo de Portugal um parceiro estratégico na cadeia de valor europeia.” O seu trabalho e da sua equipa passa também por “alterar a perceção” que se tem do impacto visual e ambiental da extração de minério. Consciente do preconceito, uma das suas preocupações passa pela reabilitação da área geográfica afetada e reconversão do espaço natural, à semelhança de tantos casos de sucesso espalhados pelo mundo.
“Estamos bem posicionados para liderar este projeto”, a firma Emanuel Proença. Em 2025, a Savannah “começará a entrar em construção”, e, em 2027, “em produção”. Este projeto trará um aumento da empregabilidade, da capacitação de profissionais e da competitividade do País.
A energia da AESE e da APE, na cadeia de valor da tomada de decisão
“A AESE e a APE têm feito um trabalho muito importante de ajudar a que haja um fórum de discussão qualificado sobre os temas de transformação do setor energético. São temas muito diversos e pluridisciplinares. Portanto, uma discussão bem fundamentada com conhecimentos técnicos, e conhecimento é altamente enriquecedora. O que têm estado a fazer nestas sessões e nos programas [do AMEG] é muito importante para que Portugal se posicione como líder nesta transformação, por que passamos.” E concluiu: “todos os atores do sistema têm de estar coordenados, têm de compreender-se uns aos outros e abraçar os desafios e as oportunidades para que se consiga extrair todo o sucesso que esperamos trazer para Portugal.”
No final do encontro, houve oportunidade para um período de perguntas colocadas por uma audiência de dirigentes no setor da Energia. A conversa abarcou questões com os recursos humanos e financeiros, a produção e utilização do produto final, o marketing associado e a morosidade burocrática que obsta a “fazer rápido” e “a gerar mais valor”.