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Quando felicidade e trabalho rimam
16/04/2018, Lisboa
A busca da felicidade na esfera pessoal e profissional transformou-se num tema fundamental nos dias de hoje. Porém, ao perguntar a um CEO ou a um Administrador o que o faz feliz, a reação pode ser de surpresa e demora na resposta, facto sintomático de não se ter pensado sobre um assunto que é, efetivamente, da responsabilidade de cada um.
Paulo Simões, Core member de Leadership Strategy Services Practice da Egon Zehnder, esteve a convite, na AESE, para um encontro sobre Career Management.
A felicidade como propósito da vida humana é um pensamento aristotélico. Alcançá-la consiste, portanto, num desígnio elevado e transversal, patente tanto na Declaração de Independência dos EUA, como em cartas constitucionais que regem os princípios essenciais de boa cidadania.
Happiness does matter!
Depois de um Séc. XX, em que a felicidade era olhada com desconfiança pela psicologia, hoje a perspetiva mudou. Mesmo em contexto corporativo, é possível dizer-se que a felicidade importa! E está ao alcance do indivíduo trabalhar para conquistá-la.
As relações familiares e de amizade, a estima, o sentimento de pertença, a missão pessoal, a perseverança, o serviço, a religião são apenas algumas das razões geralmente apontadas como estímulo à felicidade, que se sobrepõe a outras tantas como o dinheiro ou o clima.
Pessoas mais felizes são mais saudáveis, têm uma maior longevidade e relações mais duradouras. Martin Seligman, em “Authentic Happiness”, conclui que um maior grau de felicidade gera melhor produtividade.
Descubra a sua vocação
“Esqueça a procura de emprego e descubra a sua vocação.” Encontrar um sentido de missão para o seu trabalho é uma estratégia que pode ajudar a superar a insatisfação.
Tal Ben-Shahar, Professor de Happiness na HBS, tem investigado o tema e contribuído para um maior conhecimento desta matéria. Encontrar o trabalho certo para cada um, passa por entender o que atribui sentido à função desenvolvida, o que confere prazer e qual o potencial individual para a execução da tarefa.
O facto da maior parte dos dirigentes nunca se ter questionado sobre o que o faz verdadeiramente feliz, impactou na forma como as suas pessoas são geridas.
A felicidade pode aumentar. Faça por isso.
Para Paulo Simões, a felicidade depende de uma escolha. A clareza de objetivos, a prática de hábitos saudáveis e o otimismo realista perante os desafios, são meio caminho andado para o sucesso que se constrói na relação com os outros. Concentrar-se nas fraquezas permite chegar apenas a um desempenho mediano. Centrar-se nas fortalezas e aprimorá-las rumo à superação permite chegar à excelência. Ainda que se mantenha o foco no objetivo, Paulo Simões chamou a atenção para o valor de apreciar o processo dessa viagem.
Então, como nutrir a semente da felicidade? A confiança em si e nos outros aparece no topo desta lista de ingredientes, que não descarta a hipótese de uma pessoa aprender a falhar e falhar a aprender. Nessa jornada, é fundamental que um indivíduo se permita ser humano, mantenha um diário ou um diálogo com alguém que admire e o possa ajudar a pensar. Cultivar uma atitude de gratidão é outro dos elementos apontados como sendo de grande benefício para a felicidade, tal como optar pela simplicidade e por alimentar relações de amizade saudáveis. A atenção ao corpo e à mente é um barómetro que permite ajustar os comportamentos, evidenciando-se ou alterando a sua atitude quando necessário for.
À conferência seguiu-se um debate animado sobre o tema que serviu de mote a este feliz encontro.