12/04/2024
Henk S. de Jong, ex-Presidente e CEO da Versuni e ex-CEO da Philips Domestic Apliances, esteve como convidado na sessão de MBA Leaders Talk, a 12 de abril de 2024. À margem da sessão, o Lider concedeu uma entrevista à AESE, em que sintetiza alguns dos pilares em que assentou o êxito da sua carreira.
Como elevar o nível de excelência do seu trabalho, gerando inovação que faça sentido?
HSK: “O que fazemos para gerar Inovação com sentido é seguir um processo Agile, uma mudança que implementámos, há uns anos. Esse procedimento pressupõe que num processo de inovação, se crie um pequeno protótipo, se teste imediatamente com os consumidores e, através do seu feedback, a informação seja construída na plataforma. É verdade que a fase preliminar é longa, mas em compensação a fase de desenvolvimento é mais rápida. E a taxa de satisfação dos consumidores é mais elevada. Isto é o que considero uma inovação efetiva, que entusiasma as pessoas. Além disso, promove a mudança e tem funcionado muito bem.”
Como é que a tecnologia contribui para atingir este objetivo?
HSK: “Trabalhei 30 anos na Philips e 4 anos na Vesuni, que resultou de um spin off da Philips. Somos naturalmente uma empresa que vive de Tecnologia. Portanto, sem investirmos em pre-desenvolvimento e tecnologia torna-se muito difícil inovar. Tudo se resume à facilidade de utilização, melhoria do desempenho e a novas aplicações. Conseguindo alcançar-se uma destas três mais valias, os clientes ficarão contentes. Se se atingir duas delas, os consumidores ficam deslumbrados. Se alcançarmos os três, temos uma disrupção.”
Qual o maior desafio que teve de enfrentar como LEAN Champion, ao tornar-se num líder multicultural de equipas de elevado nível de performance?
HSK: “O maior desafio é que se seja capaz de ouvir e entender o que as pessoas estão a tentar dizer, Porque o que dizem por palavras ou fazem por força da sua cultura nem sempre coincide com o sentido que lhes atribuímos. O segundo consiste em como fazer com que pessoas de diferentes culturas possam integrar uma plataforma de inovação estratégica, assegurando que trabalham em equipa. E por fim, há que equilibrar entre o poder centralizado e descentralizado. Quanto mais complexa a organização é, quão mais depressa a tecnologia avança, mais necessidade haverá de delegar. Há um risco inerente; porém, sem delegação, não correrá bem. Liderar o mundo de Lisboa ou de Amsterdão é idêntico.”
Quais as competências primordiais que teve de desenvolver para alcançar o sucesso?
HSK: “Tive de melhorar a minha agilidade, aperfeiçoar a minha sagacidade cultural, encontrar novas formas de trabalhar com tecnologia, não só a nível informático, mas também de automação. Também me tornei cinturão preto em 6 Lean Sigma.”
Que conselho daria aos participantes do AESE Executive MBA, que queiram alavancar as suas carreiras?
HSK: “Depois de terminarem a vosso programa, mantenham a mente e o coração abertos, retenham pequenos ou grandes sucessos que outras pessoas estejam a fazer e que vos possam servir de inspiração, e integrem-nas na vossa maneira de trabalhar. Não tenham receio de cometer erros, mas não incorram no mesmo engano duas vezes. Sejam agéis e velozes a acompanhar as inovações. Acontecem de forma muito rápida. Por vezes, se se espera e demora muito tempo a repensar e a reformular uma estratégia, a oportunidade ultrapassa-nos e é desperdiçada.”
O MBA Leaders Talk é uma das componentes do Programa do AESE Executive MBA que promove o encontro com líderes que se destacaram pela carreira empreendida ou pela capacidade extraordinária de conduzir uma mudança, acrescentando valor aos negócios e às pessoas. Nestas sessões, os participantes têm a oportunidade de conhecer os desafios pessoais e profissionais dos convidados e perceber as decisões que tomaram, a fim de aproveitar os momentos em que foram chamados a exercer a sua liderança.
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