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Voluntariado de Competências: uma relação Win-Win-Win
18/11/2024
Afonso Borga, Responsável da área de Responsabilidade Social da Auchan, esteve na AESE como orador numa sessão sobre “Voluntariado de competências: crescimento mútuo”. A conferência foi realizada a 18 de novembro de 2024, no âmbito do Programa LEAP- Leadership Accelerator Program, uma iniciativa da AESE e da PwC. Depois de 5 meses, chegou ao fim o módulo InSocial Consulting, que permitiu aos participantes do Programa LEAP interagir com seis organizações sociais numa dinâmica de voluntariado de competências. A apresentação dos resultados foi precedida de uma reflexão orientada por Afonso Borga.
A complexidade dos problemas sociais permite identificar clusters de atuação nas instituições do setor de economia social e consciencializar as empresas para áreas em que podem intervir, contribuindo para o bem comum, para um exercício de responsabilidade social com impacto. Esta mudança de mentalidade implica uma transformação nas empresas. O Voluntariado de Competências apresenta-se como uma ferramenta que dá resposta a necessidades da comunidade, contribuindo para a construção estratégica da própria empresa. Por sua vez, o voluntário que coloca as suas competências ao serviço de uma organização social promove o seu próprio desenvolvimento pessoal. “Quando existe uma verdadeira conciliação de vontade, compromisso e de boas práticas, o Voluntariado de Competências é uma ferramenta poderosíssima de transformação de capital humano e na formação de Líderes”.
Assim, a dinâmica do Voluntariado Corporativo assenta numa relação tripartida Win-Win-Win, entre Empresa, Voluntários e Organização social. O 17º Objetivo de Desenvolvimento Sustentável (ODS) reforça a relevância da sincronicidade intersectorial, nomeadamente entre organizações de natureza pública e privada, na percussão de metas globais.
Antes do debate entre a audiência e o convidado, Afonso Borga destacou como vantagens do Voluntariado de Competências: i) a partilha de oportunidades e realidades, tornando os envolvidos em profissionais mais capazes e maduros; ii) os contextos de sociabilização que estas experiências proporcionam; iii) aposta no desenvolvimento pessoal e profissional; e iv) o estímulo à criatividade e inovação dos indivíduos e instituições.
Módulo InSocial Consulting do Progarma LEAP
Parte integrante do Programa, o módulo InSocial Consulting constitui uma iniciativa de apoio a entidades do setor de economia social em matérias de gestão, com base em voluntariado de competências.
Recorrendo à intervenção de equipas de 30 consultores, participantes LEAP, em áreas de gestão identificadas como sendo de carência por parte da entidade social, prevê-se um improvement no desempenho da entidade beneficiária, resultando na prestação de um cada vez melhor serviço prestado à comunidade.
Assim, os agentes da InSocial Consulting são os consultores participantes no Programa LEAP, organizados em equipas de 5 a 6 elementos, usufruindo cada elemento de equipa de uma bolsa de 40h horas de contacto (horas a dedicar ao projeto). Os beneficiários desta iniciativa são entidades socias antigas alunas do Programa de Gestão de Organizações Sociais (GOS) da AESE e/ou entidades sociais sugeridas pela PwC, por terem já usufruído de projetos conjuntos anteriores. Os beneficiários solicitaram apoio em matérias de gestão, apresentando candidatura à InSocialConsulting, preenchendo um formulário próprio, permitindo à equipa AESE de gestão do módulo identificar as necessidades/pedidos de apoio, assim como selecionar as entidades a apoiar. Partners da PwC acompanham cada equipa.
InSocial Consulting 2024
Esta iniciativa, que vai na sua segunda edição, teve a duração de 5 meses, tendo decorrido entre 18 de junho e 18 de novembro de 2024.
Foram considerados para apoio um total de 6 projetos, apoiando as entidades Sol sem Fronteiras (Solsef), Centro Social Paroquial de Ribeirão, Centro Social do Exército de Salvação, Santa Casa da Misericórdia da Venda do Pinheiro, Centro Social Paroquial Nossa Senhora da Boavista e Cercizimbra. Gestão de Recursos Humanos, Gestão Financeira e Contabilidade, Planeamento Estratégico e Transformação Digital foram as áreas contempladas.
A apresentação dos resultados destes meses de trabalho conjunto permitiu avaliar muito positivamente a iniciativa. Os principais desafios identificados foram o alinhamento inicial entre a realidade corporativa e a da Economia Social, e a comunicação entre entidades e consultores. É partilhada por todos a convicção de que é possível contribuir com o saber acumulado para o melhor exercício funcional das organizações beneficiarias.
Aos consultores foi possível viver um “banho de realidade” em relação à dimensão de apoio social do nosso país e à forma como vivem (e sobrevivem) as entidades que garantem respostas sociais essenciais. “Sair da bolha” e “gerir o tempo de voluntariado” foram desafios abraçados por todos os consultores que integraram o projeto, indo ao encontro das necessidades diagnosticadas nas organizações sociais. Estas por sua vez passaram a dispor de ferramentas que lhes permitem maior agilidade de gestão, um novo olhar sobre temas complexos – tantas vezes foi possível responder “ao que eu não sabia, e nem sabia que não sabia!”
Muitos episódios para contar, percursos conjuntos, de quem provavelmente não se teria encontrado de outra forma, e que terão continuidade para além das 40 horas. Afinal o que cada um ganhou humanamente não é quantificável nem limitado ao tempo de contacto definido pelo projeto. Ficou a vontade de dar continuidade a esta iniciativa!